Cabeças de Orixás

Cabeças de Orixás

Uma nova abordagem cujos objetos não estão ligados diretamente à religião

As cabeças dos orixás (ou inquices) foram todas confeccionadas em sabão da costa, de uso sagrado pelos adeptos do candomblé, e retratam Xangô, Yemanja, Oxum, Oxossi, Ibeji, Oxalá e Exu.  Chamadas de “Iba-Ori”, as cabeças de orixás não estão presas, contudo, a uma abordagem religiosa. Em sua leitura, Antonio Miranda, incorpora livremente elementos diversos para compor suas figuras. Exu, por exemplo, tem como característica visual o cabelo composto por garfos de plástico usados em festas de aniversário. Bonequinhos de brinde da rede Mc Donalds enfeitam a cabeça de Ibejis, orixá/inquice associado às crianças.
 

Segundo Miranda, o uso desses elementos desmistificam a austera concepção que se tem dos deuses: “São deuses sim, mas são também homens, são gente, tem características humanas, positivas ou negativas”, justifica ele, lembrando que Oxalá surge associado ao mundo do futebol, com um globo terrestre na cabeça e pequenos jogadores em cima. “Oxalá é a paz e é também o congraçamento e união dos homens de diversas origens, o que é uma característica do futebol, sobretudo quando falamos de Copa do Mundo”, observa o artista.
 

Sobre Antônio Miranda, assim escreveu o curador e diretor do Museu Afro-Brasil, Emanoel Araujo: “Antonio Miranda é um criador de apropriações. Seus objetos escultóricos buscam uma interação com a cultura brasileira, em seus usos e costumes, como parte de um olhar afiado sobre a mesma realidade “.

 

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